COP-21 | Histórico. Acordo mundial para salvar a Terra
- dn.pt
- 14 de dez. de 2015
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Políticos assumem, pela primeira vez, compromisso para adotar medidas que conduzam a uma economia de baixo carbono.
Foi um momento histórico. Ontem, às 19.27 em Paris, os responsáveis dos 195 países reunidos na cimeira do clima concordaram reduzir as emissões de gases com efeitos estufa. Após duas semanas de negociações e do adiamento do encerramento, marcado para sexta-feira, os políticos chegaram a consenso, assumindo um compromisso ambicioso: limitar a subida da temperatura a 1,5 graus, em relação à era pré-industrial.
O Acordo de Paris envolve, pela primeira vez, todos os países do mundo na luta contra as alterações climáticas e o aquecimento global. No compromisso, juridicamente vinculativo, comprometem-se a reduzir significativamente o uso de combustíveis fósseis para apostar nas energias renováveis. Relativamente às verbas, uma das questões mais polémicas, o documento prevê o financiamento de cem mil milhões de dólares por ano para os países em desenvolvimento após 2020. Cada país deverá, daqui para a frente, estabelecer os seus objetivos com vista a atingir as metas definidas. E reunirão para balanço em 2025.
Acordo é o início
O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos considerou "muito importante" o acordo alcançado, mas alerta que o compromisso "não é o fim, mas o início do processo" para evitar o aquecimento global. Para o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o compromisso não irá evitar que se ultrapasse dois graus centígrados de aumento da temperatura média global da atmosfera à superfície. "Há muito a fazer. Espera-se que seja um sinal claro para as empresas, sobretudo para o setor da energia começar efetivamente a apostar na transição energética."
Na opinião de Francisco Ferreira, Portugal "tem um quadro estratégico para o clima, mas tem de começar a concretizar medidas indispensáveis. Uma delas é deixar de financiar as centrais a carvão que temos". Por outro lado, o especialista ambiental diz que o país deve apostar em transportes públicos, nos veículos elétricos, nas energias renováveis e sensibilizar as pessoas para um consumo mais sustentável.
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