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Estilistas Sustentáveis: Gomide e o ciclo positivo da moda

  • ecodesenvolviment
  • 30 de ago. de 2015
  • 4 min de leitura

Na hora de conceituar “moda sustentável”, Priscila Gomide afirma: “é a moda que fecha um ciclo positivo a todos que a ele pertencem”. Em uma entrevista ao portal EcoD, a estilista brasileira fala sobre este conceito e as práticas entorno dele, naturalmente aplicadas em sua marca, a Gomide Pure Wear. Quando mudou da faculdade de Direito para o mundo da moda, Priscila Gomide entendia que o gosto pelo mundo fashion ia além do simples “fazer moda” e alcançava a ideia de se desenvolver um produto. Talvez por isso, Priscila voltou os seus olhos para os princípios e práticas sustentáveis – tão importantes na construção de um produto de moda quanto a escolha de seu estilo, materiais e texturas.


“Na Gomide Pure Wear, usamos a moda como forma de informação. Nossa mensagem é: Pense, Poupe, Recicle. Acreditamos plenamente no consumo consciente e ponderado. Aliás, não consigo perceber outra solução a não ser essa para podermos enxugar o desgaste dos recursos naturais. Se pouparmos, comprarmos menos e reciclarmos, a economia e a população crescem - não imagino outra solução para o mundo”, afirmou a estilista.


O ciclo positivo

Diminuindo a pegada que deixa sobre o planeta e agregando valor comercial e ecológico as suas criações de moda vestuário e acessórios, Gomide resolveu optar pelo caminho do meio e atuar de maneira ética e responsável com aqueles que, segundo ela, fazem parte deste positivo ciclo de moda sustentável. “Uma ação economicamente responsável somada à preservação do meio em que o homem vive resulta no bem estar social e na valorização do ser atuante no processo”, diz a estilista que usa como matéria-prima na Gomide Pure Wear fibras naturais de origem controlada e oriundas de produção brasileira.


“Mesmo utilizando fibras ecologicamente corretas - como algumas marcas nacionais e internacionais já fazem - utilizamos um processo 100% natural de tingimento, e esse é um dos nosso diferenciais no mercado. Desde jeito, alcançamos cores lindas e conseguimos ter a solidez dos pigmentos (fixação do corante). Utilizamos erva-mate fresca, camomila, pau-campeche, pau-ferro, índigo, genipapo, angico e romã para colorir. O processo é lúdico e limpo!”


Com a ideia de exportar ume produto 100% brasileiro e 100% ecológico, Gomide aposta no algodão orgânico como tendência, principalmente por englobar um conceito de sustentabilidade que vai da sua produção ao custo final do produto, um exemplo real do ciclo positivo ao qual a estilista se refere. “O agricultor que produz algodão orgânico diminui a sua agressão ao meio ambiente por não utilizar insumos tóxicos e optar por práticas alternativas de cultivo, como formas naturais de redução de pragas, rotação de cultura e curvas de nível. Além disso, a agricultura é familiar, ou seja, emprega todos de uma família evitando o êxodo rural e a agressão social e pessoal do homem do campo nas cidades. A colheita é manual e o descaroçamento do algodão também ( o processo mecanizado é altamente poluente). Por todo esse valor agregado (humano e ambiental), o produto acaba sendo um pouco mais caro (cerca de 30% na matéria-prima e 5% no produto final)”, explica a estilista.


Produto X Consumidor

Com a intenção de ampliar a ajuda ambiental e chegar também ao apoio social, Priscila tem planos de atuar nesta outra vertente da responsabilidade empresarial. “A primeira atitude que tivemos foi modificar de forma a preservar o meio ambiente. Ainda não atuamos de uma forma social, mas esse é o futuro que nos espera”. Apesar das novas tecnologias, da busca pela preservação dos recursos naturais e da atenção com a população, Gomide diz que o consumidor ainda está com um pé atrás na hora da compra de moda sustentável.


“No Brasil ainda sinto muita resistência. As pessoas ainda não conseguem enxergar com bons olhos a estética do produto orgânico. Até porque o algodão orgânico nacional ainda é grosso e pouco delicado. Não temos variedade de artigo e temos um histórico de produto muito artesanal quando se fala em orgânico, e infelizmente o brasileiro tem resistência ao artesanal. Onde vejo interesse pelo produto é no público de mulheres entre 40 a 60 anos. São mulheres muito bem informadas e utilizam marcas como Huis Clo, Andrea Saletto, Marisa Ribeiro, Maria Bonita, Gilda Midani.”


Apostas futuras

Também para o futuro, Priscila aposta suas fichas nas tags informativas (aquelas famosas etiquetas de roupas, só que serão acrescidas a ela mais informações, como detalhes sobre o processo de confecção a qual a peça foi submetida e a origem e características dos materiais usados).


“Além de investirmos mais em design para obter um produto esteticamente atraente e com valores de idoneidade agregados, iremos produzir nesta coleção tags em forma de livretos para informar sobre tudo! Como lavar as peças, como preservar o meio ambiente, desde a produção do algodão orgânico e o processo de tingimento natural, até a explicação de conceitos como reciclagem e consumo consciente”, diz Gomide.


Com uma coleção de tons nudes e design sofisticado e versátil (ponto determinante na moda sustentável), a estilista canta a pedra: “Acho que nós presenciamos o início do fast fashion (e fast tudo) e veremos a sua extinção”.




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